A generalização do
uso de tecnologias em todos os ambientes da vida cotidiana, faz perceber que se
está rodeado de tecnologias da informação e comunicação (TIC) a serviço da
modernidade e agilidade dos processos, facilitando e criando um novo mundo,
sendo que, aos poucos, a escola está sendo inserida neste contexto. Tem sido
válido o fato de difundir a importância da inserção dos recursos tecnológicos
na escola e apresentar propostas práticas de um trabalho fundamentado no uso de
computadores, tendo em vista a busca de mudança à prática pedagógica, já que as
tecnologias estão cada vez mais disponíveis no mercado e presentes na escola.
Observando o caráter que as TIC têm de poder transformar e criar
novos subsídios para o ensino e aprendizagem da educação, com o enfoque que ela
possibilita criar e transmitir um conhecimento assimilado a formação do
sujeito, Sancho (2006, p. 16) cita que estas tecnologias têm, invariavelmente,
três tipos de efeitos:
Em
primeiro lugar, alteram a estrutura de interesses, o que tem consequências
importantes na avaliação do que se considera prioritário, importante,
fundamental ou obsoleto e também na configuração das relações de poder. Em
segundo lugar, mudam o caráter dos símbolos, quando o primeiro ser humano
começou a realizar operações comparativamente simples[...], passou a mudar a
estrutura psicológica do processo de memória, ampliando-a para além das
dimensões biológicas do sistema nervoso humano. [...] Em terceiro lugar,
modificam a natureza da comunidade. Neste momento, para um grande número de
indivíduos, esta área pode ser o ciberespaço, a totalidade do mundo conhecido e
do virtual. (2006, p. 16).
Isto demonstra que as pessoas que já convivem em meio a estas
novas tecnologias não encontram grande dificuldade como aquelas que não
costumam utilizá-las, sendo que, mais cedo ou mais tarde, as mesmas sentirão a
necessidade de se apropriar involuntariamente. http://monografias.brasilescola.uol.com.br/matematica/a-escola-como-espaco-inclusao-digital.htm
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As TIC,
mais do que um simples avanço no desenvolvimento da técnica, representam uma
virada conceitual, à medida que essas tecnologias não são mais apenas uma
extensão dos sentidos humanos, onde o logos do fazer, um fazer mais e melhor,
compõe a visão do mundo. As tecnologias da informação e comunicação são
tecnologias intelectuais, pois ao operarem com proposições passam a operar
sobre o próprio pensamento, um pensamento que é coletivo, que se encontra
disperso, horizontalmente, na estrutura em rede da sociedade contemporânea.
(2005, p. 21).
Sendo assim, as tecnologias da informação e comunicação, têm sido
instaladas no âmbito escolar através de projetos do governo e das próprias
escolas. Desta forma, cria-se a oportunidade de professores introduzirem em
suas aulas o uso das novas tecnologias disponíveis fato esse que, infelizmente,
não tem acontecido na maioria das instituições escolares.
O fato da escola não
ter absorvido totalmente as condições de usufruir de novas tecnologias, se
justifica, em parte, o ensino tradicional que vem sendo aplicado, pois os
professores ainda possuem a visão de que inserir uma tecnologia em sala de aula
não complementaria a aprendizagem dos conteúdos propostos. Segundo Bonilla
(2005, p.13) as concepções que se tem sobre educação não conseguem fugir da
racionalidade que surgiu com a escrita e é realmente desta forma que a maioria
dos educadores repassam o conhecimento, ou seja, não conseguem abranger a
racionalidade de que o pensamento da escrita e fala podem ser incorporados às
novas formas de organização e produção do conhecimento que estão emergindo com
as tecnologias atuais.
http://monografias.brasilescola.uol.com.br/matematica/a-escola-como-espaco-inclusao-digital.htm
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“Promover a inclusão digital de
populações em vulnerabilidade social e à margem do direito à comunicação é
tarefa diuturna do ministério, seja no trabalho de expansão da infraestrutura
de rede de fibra óptica, seja na instalação de um ponto de inclusão digital,
com antena via satélite, em uma área remota. São extremos de uma mesma
estratégia de desenvolvimento”, reflete Mello. O Programa Acessa SP, política
de inclusão digital do governo do estado de São Paulo, também, trabalha com a
oferta de computadores e Internet para o público e registra aumento de usuários
desde sua criação, há dez anos. Além de pontos físicos, a disponibilização de
redes públicas de acesso à Internet via wi-fi vem crescendo nos últimos anos.
De acordo com a Estadic 20144, 51,9% (14) dos estados disponibilizavam acesso à
Internet por conexão via wi-fi. A prefeitura de São Paulo bateu a meta
estabelecida pelo programa WiFi Livre de oferecimento de 120 pontos de acesso
em praças e locais públicos, e outras cidades seguem o mesmo caminho. Mello
afirma que o Ministério das Comunicações incentiva os municípios a
desenvolverem iniciativas dessa natureza. “Também promovemos o acesso à
Internet via wi-fi em praças públicas dos municípios parceiros do Programa
Cidades Digitais, que são municípios com menos de 50 mil habitantes. Além de
viabilizar a conexão da prefeitura com outros equipamentos públicos, como
postos de saúde, escolas, bibliotecas e pontos de inclusão digital, pelo menos
uma praça conta com Internet via wi-fi”, completa. http://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/6/Panorama_Setorial_11.pdf
O professor da FEA-USP, Nicolau
Reinhard, identifica três principais desafios para a inclusão digital no país:
alto custo e baixa capilaridade das redes; a necessidade de capacitar os
usuários para o uso da Internet (alfabetização midiática) e a oferta de
serviços considerados relevantes para as pessoas (como aqueles de governo
eletrônico). “Essas duas últimas barreiras estão relacionadas com a necessidade
de inclusão social mais ampla”, confere. Passados vinte anos, a proporção de
indivíduos que nunca utilizou a Internet no país encolheu, mas ainda
corresponde a uma importante parcela da popula- ção: em 2008, representavam
61%; em 2014, esse número passou para 39%. Resta unir esforços para garantir o
acesso àqueles que possuem interesse e melhorar, também, as condições daqueles
que hoje usufruem do serviço.
(...)
Drica Guzzi, da Escola do Futuro
da Universidade de São Paulo (USP), comenta a experiência do programa Acessa
SP, iniciativa do governo estadual de São Paulo que completou 15 anos em 2015,
trazendo novas questões para o debate de inclusão digital. P.S_O Acessa SP se
consolidou, nos seus 15 anos de existência. Você poderia fazer um breve balanço
dessa trajetória? D.G_Desde o início, esteve presente que a missão do programa
iria muito além do simples acesso ao computador e à Internet. Ao longo dos
anos, foi ficando cada vez mais claro que o Acessa não se prestaria apenas para
garantir o acesso com qualidade às tecnologias de informação e comunicação aos
usuários dos postos, mas deveria alinhar-se cada vez mais na promoção do
conhecimento, da educa- ção e aprendizagem e desenvolvimento econômico, social,
cultural e ambiental. O Acessa SP e a Escola do Futuro/USP estabeleceram uma
parceria cujo ponto de sustentação é oferecer à população do estado de São
Paulo o que há de melhor, de mais moderno, em termos de ideias e práticas sobre
o uso do computador e da Internet para o desenvolvimento da autonomia
individual e comunitária. Outro objetivo do programa é constituir-se em um meio
para facilitar a aproximação e comunicação do governo com a população. P.S_Além
do acesso à Internet, quais outros serviços estão disponíveis nos postos do
Acessa SP?
D.G_Além do acesso livre e gratuito
aos computadores e à Internet, um posto Acessa sempre foi considerado um lugar
de encontro para o desenvolvimento local e pessoal dos usuários. Por isso, há
todo um investimento sistemático de programas e oficinas de formação e
capacitação de monitores para o atendimento ao público. Uma das principais
ferramentas é o fato de o portal ser permanentemente atualizado com conteúdos
relevantes para o usuário, com informações sobre emprego, saúde e
empreendedorismo, entre outros. Além de indicar os principais serviços de
governo, oferece, a partir de produção própria, minicursos e, em parcerias,
cursos on-line e gratuitos (mais de cem), conteúdos educacionais, cadernos
eletrônicos e oficinas para usuários, além de promover encontros regionais e
desenvolver a Rede de Projetos. http://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/6/Panorama_Setorial_11.pdf
....................
Escolas têm computador, mas internet é desafio. Apesar da incorporação básica de equipamentos TIC nas escolas em
áreas urbanas, a velocidade de conexão ainda era um desafio. A presença de
algum tipo de computador (de mesa, portátil ou tablet) estava universalizada
entre as escolas públicas localizadas em áreas urbanas: 95% delas possuíam ao
menos um desses dispositivos conectados à internet. Entretanto, 45% das escolas
públicas ainda não ultrapassavam 4Mbps de velocidade de conexão à internet,
enquanto 33% delas possuíam velocidades de até 2Mbps. Enquanto nas escolas
particulares a regra era ter mais de 5 Mbps (53%), sendo mais de 11 Mbps em
25%, nas públicas apenas uma em cada quatro tinha mais de 5 Mbps (e apenas 6%
com mais de 11 Mbps). Daí que 40% dos docentes de escolas públicas afirmaram
usar o computador em sala de aula para atividades com os alunos, mas não mais
de 26% se conectavam à internet quando realizavam essas atividades. Nas escolas
particulares, os percentuais caminharam juntos: 58% e 54%, respectivamente. Os
laboratórios de informática estavam presentes em 81% das escolas públicas, mas
em apenas 59% esse espaço encontrava-se em uso em 2016, segundo os diretores.
Além disso, somente 31% dos professores de escolas públicas afirmaram usar
computadores no laboratório atividades com os alunos. O celular como
dispositivo de acesso foi citado por 52% dos alunos de escolas com turmas de 5º
ano, 9º ano, do Ensino Fundamental, e/ou 2º ano, do Ensino Médio, localizadas
em áreas urbanas, chegando a 74% entre os estudantes do Ensino Médio. A
pesquisa apontou que 91% dos professores utilizaram a internet pelo celular
para uso pessoal (em 2011, eram 15%). E 49% deles utilizavam o celular em
atividades com os alunos (39% no ano anterior). 31% dos estudantes afirmaram
utilizar a internet pelo telefone celular na escola, sendo 30% entre os alunos
de escolas públicas e 36% nas instituições privadas. As restrições ao acesso de
estudantes à rede WiFi da escola estavam entre os aspectos que explicavam a
baixa utilização do equipamento no ambiente escolar: enquanto 92% das escolas
possuíam rede WiFi, 61% dos diretores afirmaram que o uso dessa conexão não era
permitido aos alunos. (Convergência
Digital, dados da
pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da
Informação – Cetic.br – sobre o acesso e uso da rede nas escolas, a TIC
Educação 2016, divulgada em 3/8/17. Acesso em 9.9.2017)
(...)
Um
em cada quatro internautas brasileiros fez graduação online. A pesquisa do CONECTAi Express mostra que 44%
dos entrevistados haviam feito algum curso online, a maioria cursos livres
(55%). 35% haviam realizado graduação ou pós-graduação à distância, sendo 24%
cursos de graduação e 11% de pós-graduação. Os cursos mais procurado foram os
de idiomas (19%), superando os cursos técnicos (16%). Cursos a distância se
mostraram mais comuns entres os internautas das regiões Norte e Centro-Oeste e
das classes A e B. Já um estudo divulgado em maio, durante o 10º Congresso
Brasileiro de Educação Superior Particular (Cbesp), revelou que educação
superior a distância cresceu no país em ritmo mais acelerado que a educação
presencial. Os dados do último Censo da Educação Superior (2015) mostraram que
enquanto o ensino presencial teve crescimento de 2,3% nas matrículas em 2015 em
relação a 2014, o ensino a distância (EaD) teve expansão de 3,9%. Mas pesquisa
da Educa Insights para ver como agiam as instituições que ofertavam EaD mostrou
que a falta de contato foi um dos fatores que leva à evasão dos estudantes. A
rede privada concentrou a maior parte das matrículas na modalidade – 1.265.359
– 90,8% do total de 1.393.752 registradas em 2015. Apesar do aumento do número
de concluintes, que cresceu 23,1%, índice maior que nos presenciais (9,4%),
muitos estudantes ainda deixaram o curso sem concluí-lo. Nas instituições
privadas, a taxa de evasão nos cursos a distância foi de 35,2%, superior à
evasão nos presenciais, 27,9%. (Convergência Digital,
dados de pesquisa online nacional realizada no CONECTAi Express, do Censo da
Educação Superior de 2015 e da Educa Insights. Acesso em 4.9.2017) http://www.avellareduarte.com.br/fases-projetos/conceituacao/demandas-do-publico/pesquisas-de-usuarios-atividades-2/dados-sobre-o-publico-alvo/internet-no-brasil-2017-estatisticas/
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