Proposta
com base para a reflexão. Serve para treino da Fuvest.
A
violência marca presença no mundo contemporâneo. Por isso, vamos nos tornando
indivíduos assustados e, possivelmente, bem mais, que nossos avós e bisavós.
Nosso medo também tem causa nos atentados terroristas, problemas ecológicos;
epidemias e outras mazelas.
Medo de
amar; medo de não amar, medo da solidão e da multidão. O que é o medo
para você? Um sentimento que nos protege, ou, um impedimento para avançar em
direção a uma vida mais intensa? Um exagero forjado por pessoas apocalípticas ?
Escreva
um texto argumentativo em que analise o medo, em âmbito mais geral e, depois,
fazendo um recorte temático para a contemporaneidade.
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ATENÇÃO
1 NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE É PRECISO ELABORAR SUA TESE.
1 NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE É PRECISO ELABORAR SUA TESE.
2
ESCOLHI TEXTOS LONGOS, NÃO OS EDITEI PARA LHES DAR UMA BASE MAIOR SOBRE O
ASSUNTO.
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TEXTO
1
‘Existem
basicamente três grandes medos. O primeiro é a timidez. Ele aparece, por
exemplo, quando somos apresentados a alguém muito importante, ou quando
precisamos falar em público. É a pressão da sociedade. O segundo medo são as
fobias. Medo do escuro, de insetos, de ficar preso num elevador. O terceiro é o
medo da morte. Tememos mais a morte de pessoas que amamos do que a nossa
própria morte. Não me refiro apenas à morte biológica, mas a tudo o que é
irreversível.
O
corvo do poema homônimo de Edgar Alan Poe exemplifica isso perfeitamente.
Repete a todo momento, como um papagaio, a expressão “nunca mais". Essa é
a morte dentro da vida. Para uma criança, pode ser o divórcio dos pais, já que
nunca mais os verá juntos. O nunca mais, a irreversibilidade da vida, nos dá a
experiência da morte. A grande questão da serenidade, e não da felicidade, é
como vencer esse medo. Toda a filosofia, desde Homero e Platão até Schopenhauer
e Nietzsche está baseada na doutrina da serenidade.
Vivemos
a sociedade do medo. Aos três grandes medos que eu falei, adiciona-se outro,
tipicamente ocidental: o medo que se desenvolveu com a ecologia política. Medo
do efeito estufa, do buraco na camada de ozônio, do aquecimento global, de
micróbios, da poluição, do fim dos recursos naturais.
A cada
ano, um novo medo se adiciona a todos os outros: medo da carne vermelha, da
gripe aviária, da aids, do sexo, do tabaco, da velocidade dos carros. Os
grandes ecologistas e os filmes que tratam do tema têm como objetivo principal
trazer o medo. No livro O princípio da responsabilidade,
do filósofo alemão Hans Jonas, há um capítulo chamado Heurística do medo. Nele, o medo é descrito como uma
paixão positiva e útil.
Em
toda a história da filosofia ocidental, o medo é o inimigo, é algo infantil,
que faz mal. A ecologia inverte essa tradição filosófica ao sustentar que o
medo é o começo de uma nova sabedoria e que, graças ao medo, os seres humanos
vão tomar consciência dos perigos que existem no planeta. O medo não é mais
visto como algo infantilizado, mas como o primeiro passo no caminho da
sabedoria. É o que os ecologistas chamam de princípio da precaução. Isso não
quer dizer que os ecologistas estejam errados. Há um componente de verdade no
que dizem, mas há também muita mentira. Não aceito a ideia de um movimento
político que se baseie exclusivamente no medo. Jean Luc Ferry, filósofo.
Texto
2
O nosso mundo vive demasiado sob a
tirania do medo e insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só pode
conduzi-lo à apatia da desesperança. O contrário é que é preciso: criar motivos
racionais de esperança, razões positivas de viver. Precisamos mais de
sentimentos afirmativos do que de negativos. Se os afirmativos tomarem toda a
amplitude que justifique um exame estritamente objectivo da nossa situação, os
negativos desagregar-se-ão, perdendo a sua razão de ser. Mas se insistirmos em
demasia nos negativos, nunca sairemos do desespero.
Bertrand Russell, in 'A Última Oportunidade do Homem'
Bertrand Russell, in 'A Última Oportunidade do Homem'
TEXTO 3
Contudo, as origens das inquietações
dos habitantes
do mundo líquido não se limitam ao
temor
da morte. O medo, conforme Bauman
discute no
segundo capítulo de seu livro, também
se associa à
ideia de mal. De acordo com o autor,
a crença moderna
na racionalidade humana e,
consequentemente
no maior controle do mundo natural e
social não
se concretizou. Enfrentamos
atualmente males produzidos
por seres humanos tão inesperados,
incalculáveis
e imprevisíveis quanto qualquer
catástrofe
natural que possa ter ameaçado nossos
antepassados.
Na modernidade líquida não existem
sinais, ou fronteiras
claramente definidas, que nos
permitam identifi-
car ou separar o bem do mal, e assim
identificar
amigos e inimigos. O mal pode surgir
de qualquer
lugar, a qualquer momento. A
consequência mais
grave disto, tal como nos adverte
Bauman, é a aterrorizante
crise de confiança que se vivencia
nos tempos
atuais. Nesse contexto de incertezas
e medo, as
relações humanas e os vínculos
sociais encontram-se
extremamente ameaçados. O
distanciamento parece
a única medida capaz de propiciar um
pouco de alívio
e segurança. As cidades, antes
símbolos de proteção,
se transformaram em fontes de ameaça
e de
perigo permanentes. Os muros que
antes protegiam
seus habitantes dos riscos externos,
agora as recortam.
Os encontros no espaço urbano tendem
a ser
evitados ou marcados pela suspeita,
mediados por
guaritas, grades, câmeras e o que
mais as modernas
empresas de segurança possam oferecer
para os habitantes
aterrorizados e economicamente
privilegiados.
Nesse cenário, a confiança não se
fortalece e o
medo não se dissipa, antes ele
encontra um ambiente
favorável a sua autorreprodução.
A ideia de que a confiança
e a esperança que
depositamos na tecnologia em busca de
um mundo
melhor e mais seguro possa ser
frustrada e constitui
também uma nova e fértil fonte de
medo nos tempos
líquido-modernos, e é sobre ela que
Bauman se
debruça no terceiro capítulo do
livro. Segundo ele, a
luta moderna incessante para tornar o
mundo previsível,
controlável, regular e transparente
acarretou a
transformação, de forma imprevista,
mas drástica, das
catástrofes sociais em algo
semelhante aos desastres naturais.
O autor acrescenta que grande parte
do esforço
e progresso da civilização moderna
consiste na busca
incessante de resolver problemas
ocasionados por
tentativas anteriores de solução de
outros problemas.
Uma vez que nossa crença na
capacidade dos meios
tecnológicos de propiciar maior
controle e segurança
é abalada, a incerteza e a ansiedade
se tornam crescentes.http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC31441044850.pdf
TEXTO
4
Epicuro apresentou o medo como uma das grandes causas de sofrimento
humano: medo dos deuses, medo da morte, medo da dor, medo de dificuldades e
privações. Ele considerava que esses medos eram fundamentados em opiniões
falsas, e propunha o conhecimento de si e do universo como caminho para a
imperturbabilidade humana. Você consegue não se perturbar com seus medos? Se
você buscasse as origens de tais medos, o que encontraria? Eles são
justificáveis?http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/28/artigo116936-1.asp
e medo de escuro
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