TEXTO ARGUMENTATIVO: A VIOLÊNCIA DOS PACIENTES CONTRA OS MÉDICOS
Ainda que não seja uma proposta para o ENEM cabe para ela proposta de intervenção.
LEIA TUDO QUE PUDER, FAÇA ANOTAÇÕES E OBJETIVE BEM A PROBLEMATIZAÇÃO E A SUA TESE.
Pesquisa realizada pelos conselhos
regionais de enfermagem e de medicina de São Paulo revela que sete em cada dez
profissionais da saúde já sofreram alguma agressão cometida por paciente ou
pela família dele.
Um paciente
insatisfeito com a aplicação de uma injeção que nem foi dada por ele, mas por
um colega, acabou em agressão para o enfermeiro Alessandro Correia da Rocha:
“Eu me distraí olhando pra trás e quando voltei ele desferiu um soco que fez
uma fratura nasal, onde quebrou o septo. Ele fragmentou o septo, eu já tinha um
desvio e com essa agressão eu precisei esperar desinchar o nariz para depois
fazer uma cirurgia”.
A dor vem
também acompanhada pelo medo. Um enfermeiro foi agredido dentro da ambulância
pelo paciente: “Eu levei uma cabeçada de um paciente vindo a fraturar o nariz”.
E depois, ele sofreu também com a ira dos parentes: “A família viu ele com a
cabeça sangrando, que era meu sangue, e achou que era a equipe que tinha
agredido ele. Na realidade, eu que fui agredido. Depois disso, fiquei afastado
58 dias e o trauma fica até hoje”.
Essas histórias
de tensão, dor e violência ganharam hoje a força dos números. A pesquisa, que
ouviu quase seis mil profissionais mostra que 60% dos enfermeiros e 55% dos médicos
disseram que a agressão aconteceu mais de uma vez.
A maioria das
agressões verbais e físicas acontece nos serviços públicos de saúde. A falta de
profissionais, as filas e as carências acabam criando um ambiente onde as
tensões explodem.
“Essas falhas
precisam ser divulgadas e ações precisam ser implementadas para que elas sejam
corrigidas. O profissional de saúde não pode ter uma atitude defensiva perante
as angustias, os questionamentos de seus pacientes”, afirma Mauro Gomes Aranha
de Lima, presidente do Conselho Regional de Medicina de SP.
Os
representantes dos profissionais de saúde se reuniram hoje para pedir que
autoridades e gestores encarem o problema. Esse seria o primeiro passo para
evitar a violência nos hospitais e postos de saúde. “Que não coloquem embaixo
do tapete o problema. Tentar encontrar a causa para dar procedimento a uma
prática mais segura para todos”, diz Fabíola Braga Mattozinho, presidente do
Conselho Regional de Enfermagem de SP.
Além de ações internas realizadas pelo HSV e pelo HU para orientar
seus funcionários e prepará-los para momentos de conflito, o Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e o Conselho Regional de Enfermagem
de São Paulo (Coren-SP) ampliam o alcance da campanha 'Violência não resolve’
para as instituições de Saúde do Estado.
“Temos implantado o programa do Cremesp e Coren no São Vicente. Já iniciamos a campanha visual, com cartazes. e logo vamos fazer ações pontuais com funcionários, pacientes e familiares”, garante André.
Com divulgação pelas redes sociais e interior de hospitais, o projeto convoca a população para uma mudança de atitude. A campanha reforça que é preciso respeitar os profissionais de Saúde, cujo trabalho é fundamental à vida humana.
Segundo dados dos Coren-SP. 32% de profissionais de enfermagem já sofreram ou presenciaram situação de violência. Dos agredidos. 81% relatam que a violência partiu dos pacientes ou acompanhantes, sendo 71% agressão verbal e 20% agressão física.
Mais da metade dos agredidos afirma que a principal queixa dos agressores é a demora no atendimento. Informações sobre a campanha e ações que podem ser adotadas para minimizar o problema são encontradas no endereço eletrônico
“Temos implantado o programa do Cremesp e Coren no São Vicente. Já iniciamos a campanha visual, com cartazes. e logo vamos fazer ações pontuais com funcionários, pacientes e familiares”, garante André.
Com divulgação pelas redes sociais e interior de hospitais, o projeto convoca a população para uma mudança de atitude. A campanha reforça que é preciso respeitar os profissionais de Saúde, cujo trabalho é fundamental à vida humana.
Segundo dados dos Coren-SP. 32% de profissionais de enfermagem já sofreram ou presenciaram situação de violência. Dos agredidos. 81% relatam que a violência partiu dos pacientes ou acompanhantes, sendo 71% agressão verbal e 20% agressão física.
Mais da metade dos agredidos afirma que a principal queixa dos agressores é a demora no atendimento. Informações sobre a campanha e ações que podem ser adotadas para minimizar o problema são encontradas no endereço eletrônico
No início do ano, uma pesquisa,
realizada em São Paulo, apontou que grande parte dos médicos e enfermeiros
sofre diversos tipos de agressão no local de trabalho. Os resultados, que foram publicados no portal PEBMED em março,
apontaram que 75% desses profissionais já passaram por situações de violência
verbal, psicológica e, em alguns casos, física, em hospitais, principalmente do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Pensando nisso, a advogada Amanda
Bernardes, especialista em defesa médica, publicou algumas dicas de como agir
nesses momentos.
Em casos de agressão, seja verbal ou física,
o ideal seria se proteger e evitar contato físico. Pedir a presença e ajuda de
outros profissionais ou pacientes pode ser importante. A advogada aconselha a
sempre registrar um Boletim de Ocorrência (BO) e entrar em contato com um
advogado.
Agredir, mesmo como defesa, não é a
melhor opção, apesar de que, em algumas circunstâncias, pode ser necessário
usar esse direito. Amanda explica que a legítima defesa sempre vai depender dos
fatos em concreto. O conceito é: uso moderado dos meios necessários para
repelir a agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de terceiro
(art. 25 do Código Penal). Entre os requisitos para reconhecer estão a
utilização de razoabilidade e de moderação.
Nos casos de ofensas, que tiveram um grande
aumento com as redes sociais, uma série de dispositivos legais pode amparar o
profissional: responsabilização, indenização, retratação, retirada do conteúdo
das redes sociais, criminalização da conduta do ofensor, etc. O paciente, assim
como qualquer cliente, não tem direito de ofender a honra, a imagem ou o físico
do profissional. É importante, além disso, repreender a pessoa e não admitir as
ofensas, para que os casos não se repitam.
Médicos,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem fizeram uma passeata na manhã
de hoje (15) em defesa da paz e distribuíram rosas aos pacientes nas imediações
do Complexo Hospital das Clínicas. Houve também revoada de balões brancos na
passeata, que faz parte da campanha do Conselho Regional de Medicina do Estado
de São Paulo (Cremesp) e do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo
(Coren-SP) pelo fim da violência contra profissionais de saúde.
O Cremesp
e o Coren-SP apresentaram uma pesquisa inédita sobre violência contra médicos e
profissionais de enfermagem nas unidades de saúde. De acordo com o
estudo, 59,7% dos médicos e 54,7% dos
profissionais de enfermagem sofreram, mais de uma vez, situações de violência
no trabalho. Os resultados foram anunciados durante o Encontro das
Comissões de Ética de Medicina e de Enfermagem no Centro de Convenções
Rebouças.
Após o
encontro, médicos e profissionais de enfermagem seguiram em passeata para
reforçar a campanha Violência Não Resolve, lançada nesta manhã, com o intuito
de conscientizar a população sobre o problema, mostrando que respeito e
harmonia, além de essenciais, contribuem para a melhoria da assistência.
A
presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, espera que a
campanha sensibilize o público. “Muitas vezes o paciente está em situação de
fragilidade, chega a uma unidade de saúde e depara com a falta de profissionais
e medicamentos e isso, obviamente, gera uma insatisfação no paciente, que se
volta contra a pessoa que está trabalhando, em sua maioria profissionais de
enfermagem.”
Segundo
Fabíola, a pesquisa vai ajudar a implantar medidas para minimizar tais
situações. “[Com a pesquisa] damos voz a esses profissionais para que
consigamos identificar as situações e assim criar um fluxo de melhor
atendimento, além de implementar medidas para a redução dessa violência.”
Denúncias
O
primeiro-secretário do Cremesp, Braúlio Luna Filho, espera que a campanha
chegue a todos. “Precisamos que a população entenda que o mau atendimento, a
longa espera, a falta de exame, um medicamento indisponível, não é culpa do
médico ou do enfermeiro, existe uma estrutura que impede isso.”
“Infelizmente
tem uma minoria que se desespera, que chega a um local em que não o atendem bem
e parte para a agressão. Geralmente, é violência verbal, mas, às vezes,
chega-se a situações de agressão física”, acrescentou Luna.
Ele
lembrou que, muitas vezes, o médico agredido não quer voltar a trabalhar
naquele local e que os governos têm dificuldade de contratar médicos, problema
que se multiplica quando há casos de violência. “Queremos que a população
entenda que o profissional de saúde é aliado dela. Temos que lutar por mais
recursos na saúde e melhores condições de atendimento da população. Este é o
nosso intuito.”
Luna disse
que lamenta o falto de a maior parte dos casos de violência não ser denunciada,
já que os profissionais não acreditam que o problema possa ser resolvido. Além
disso, ele defende a criação de uma delegacia especializada. “Queremos que a
Secretaria de Saúde crie um mecanismo mais seguro, como uma delegacia
especializada nesse tipo de assunto. Talvez isso ajude os médicos a denunciar
de maneira mais competente e, quem sabe, sensibilizar os órgãos públicos a
tomar uma conduta para resolver esse problema que desestrutura o sistema de
saúde."
Apoio
O ajudante
de serviços gerais Robson Farias, que estava aguardando atendimento no Hospital
das Clínicas, aprovou o ato. “É bom que a população veja como a gente passa
dificuldades e eles [profissionais de saúde] também passam, ninguém pode
agredir os enfermeiros e médicos.”
O pedreiro
Josias Ferreira da Silva, que também estava no hospital, considera importante a
conscientização. “Deveria ter um jeito de acabar com essa violência, eles têm
que cuidar bem dos pacientes, mas, em quase todos os hospitais, somos mal
atendidos. A situação da saúde está difícil no Brasil.”
Para a
enfermeira Simone Gomide dos Santos, a campanha é uma forma de sensibilizar
tanto profissionais de saúde quanto pacientes. “Muitas vezes, não há macas,
medicações, nem condições de trabalhar. Enfim, não temos formas dignas de
trabalho, e isso também é uma violência contra o profissional, que gera um
efeito dominó.”
Para
Simone, a falta de notificações de agressões sofridas pelos profissionais de
saúde aumenta o problema. “Não temos números que reforcem a necessidade de uma
política pública para termos mais segurança no trabalho. Por isso, essa ação é
importante para as categorias.” http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-03/medicos-e-profissionais-de-enfermagem-realizam-ato-publico-pelo-fim-da
VÍDEO ( FACULTATIVO )
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