Pular para o conteúdo principal

Redação para a FUVEST. TEMA: valores éticos


A ética é a disciplina que analisa o comportamento moral do indivíduo. Alguns filósofos afirmam que não se pode falar de certos valores universais, pois acreditam que estes supostos valores podem mudar, aliás, são ideias criadas pelo mundo ocidental e não, por todas as tradições culturais. Esta concepção é relativa e, segundo ela, cada tradição cultural entende os valores, de acordo com suas próprias coordenas culturais.
Em compensação, outros filósofos reivindicam a presença de certos valores universais, pois se diz que algo é bom por considerar esta ideia como universal, ou seja, é bom não só para si mesmo, mas não toda a humanidade também.

Um claro exemplo de valores universais pode ser encontrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, um documento que pretende ser válido ao conjunto da humanidade e, portanto, com uma dimensão global e universal.

Fiz uma coletânea com as duas posturas a respeito da existência dos valores universais. Leia atentamente aos textos e posicione-se num texto dissertativo escrito na norma culta.

Todas as coisas «boas» foram noutro tempo más; todo o pecado original veio a ser virtude original. O casamento, por exemplo, era tido como um atentado contra a sociedade e pagava-se uma multa, por ter tido a imprudência de se apropriar de uma mulher (ainda hoje no Cambodja o sacerdote, guarda dos velhos costumes, conserva o jus primae noctis). Os sentimentos doces, benévolos, conciliadores, compassivos, mais tarde vieram a ser os «valores por excelência»; por muito tempo se atraiu o desprezo e se envergonhava cada qual da brandura, como agora da dureza.
A submissão ao direito: oh! que revolução de consciência em todas as raças aristocráticas quando tiveram de renunciar à vingança para se submeterem ao direito! O «direito» foi por muito tempo um vetitum, uma inovação, um crime; foi instituído com violência e opróbio.
Cada passo que o homem deu sobre a Terra custou-lhe muitos suplícios intelectuais e corporais; tudo passou adiante e atrasou todo o movimento, em troca teve inumeráveis mártires; por estranho que isto hoje nos pareça, já o demonstrei na Aurora, aforismo 18: «Nada custou mais caro do que esta migalha de razão e de liberdade, que hoje nos envaidece». Esta mesma vaidade nos impede de considerar os períodos imensos da «moralização dos costumes» que precederam a história capital e foram a verdadeira história, a história capital e decisiva que fixou o carácter da humanidade. Então a dor passava por virtude, a vingança por virtude, a renúncia da razão por virtude, e o bem-estar passivo por perigo, o desejo de saber por perigo, a paz por perigo, a misericórdia por opróbio, o trabalho por vergonha, a demência por coisa divina, a conversão por imoralidade e a corrupção por coisa excelente.
Friedrich Nietzsche, in 'A Genealogia da Moral' fonte O citador.
..................................................................................

Neda Agha-Soltan, ex-estudante de Filosofia de 26 anos, que trabalhava com turismo em Teerã foi morta pela milícia do sistema de segurança do governo do Irã. Motivo: era uma das milhares de pessoas que protestavam contra o roubo nas eleições que reelegeram o criminoso Ahmadinejad.
Criminoso sim, pois negar o maior projeto de extermínio praticado pelo homem, o Holocausto, é juntar-se aos criminosos. E o que isso tem a ver com a gente? Tudo. Há valores que são conquistas da Humanidade e universais.
A democracia, a liberdade individual e o direito à vida são alguns. Esses direitos sustentam a decisão de pertencimento a uma religião, o comportamento segundo suas tradições e o contrário também. Uma das virtudes de um mundo globalizado é o acesso às conquistas obtidas por povos estrangeiros e a possibilidade de elas serem incorporadas por outras culturas.
Claro que não se trata de impor uma cultura, estabelecer uma forma de viver e sentir o mundo. Talvez Neda Agha-Soltan não quisesse se aculturar e jogar na lata do lixo sua cultura ou sua religião. Talvez desejasse somente lisura no pleito eleitoral ou poder acessar a Internet livremente ou viver segundo suas próprias convicções.
Mas isso no Irã é proibido. Há algo de semelhante entre a Alemanha de Hitler e o Irã de Ahmadinejad: as milícias matando e prendendo os opositores e o ódio declarado aos judeus e a Israel.

Temos a ver com o que se passa no Irã, como temos com os massacres na África ou o abandono de tribos no Brasil. Temos a ver com o destino de cada homem e mulher ou não pertencemos mais ao que imaginamos ser a Humanidade. MOACYR GÓES https://www.institutomillenium.org.br/artigos/ha-valores-universais/

.............................................................................................
Hoje, contudo, o “bem comum” possui uma dimensão histórica inteiramente distinta. Por um lado, o comum é verdadeiramente o universal: homogeneizados todos a cidadãos, guardiões de mercadorias, todos entramos nas relações de produção como proprietários privados. E isto, repetimos, não por uma questão moral ou valorativa qualquer, mas porque objetivamente as relações de produção capitalistas exigem que todos sejam igualmente (cidadãos, guardiões de mercadorias) burgueses. O conteúdo do “bem” do “bem comum” é correspondente a essa universalidade: a superação da exploração do homem pelo homem.
Portanto, o comum é agora rigorosamente universal: toda a humanidade, todos os indivíduos da face do planeta. É nestas circunstâncias que se explicita a contradição antagônica entre a política, o Estado e a ética, antagonismo que nada mais é que o reflexo do antagonismo da humanidade para com a sociedade de classes. Aqui reside o conteúdo do “bem” do “bem comum”.
Há valores universais? Há, sem dúvida alguma.
Mas, como “momento movido e movente da história” (a expressão é de Lukács), não apenas a universalidade, mas também o conteúdo dos valores é histórico. Já foi, no passado, a realização do “bem comum”, que apenas poderia ter lugar pela exploração do homem pelo homem; hoje tem por horizonte a totalidade da humanidade e, por conteúdo, a superação da exploração do homem pelo homem. Lukács, G. (1986a) Zur Ontologie des gesellschaftlichen Seins. Georg Lukács Werke, vols. 13 e 14, Luchterhand Verlag, Frankfurt.
.........................................................................................


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TEMA DE REDAÇÃO: O MEDO

Proposta com base para a reflexão. Serve para treino da Fuvest. A violência marca presença no mundo contemporâneo. Por isso, vamos nos tornando indivíduos assustados e, possivelmente, bem mais, que nossos avós e bisavós. Nosso medo também tem causa nos atentados terroristas, problemas ecológicos; epidemias e outras mazelas. Medo de amar; medo de não amar, medo da solidão e da multidão.  O que é o medo para você? Um sentimento que nos protege, ou, um impedimento para avançar em direção a uma vida mais intensa? Um exagero forjado por pessoas apocalípticas ? Escreva um texto argumentativo em que analise o medo, em âmbito mais geral e, depois, fazendo um recorte temático para a contemporaneidade. .......................................................................................................... ATENÇÃO 1 NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE É PRECISO ELABORAR SUA TESE. 2 ESCOLHI TEXTOS LONGOS, NÃO OS EDITEI PARA LHES DAR UMA BASE MAIOR SOBRE O ASSUNTO. .......................

Proposta de redação, estilo Fuvest. Tema: solidão

ROPOSTA ELABORADA POR MIM, ROSE MARINHO PRADO, PROFESSORA DE REDAÇÃO. AULAS? AINDA TENHO ALGUMAS JANELAS DE AULA PARTICULAR ( UM ALUNO). MAS GASTE POUCO EM AULAS DE DOIS EM DOIS. PAGUE AULA INDIVIDUAL E DIVIDA COM ALGUÉM QUE TENHA O MESMO NÍVEL DE DIFICULDADE. EU CONSIGO O ALUNO PARA COMPARTILHAR O VALOR E O SABER. PRIMEIRA AULA GRÁTIS.  FALEM POR AQUI, VEJAM AVALIAÇÕES DE EX-ALUNOS .https://www.facebook.com/pg/aula.de.redacao.online/reviews/?ref=page_internal E para quem quer reciclagem gramatical, aqui, no Youtube, aula gratuita.  https://www.youtube.com/watch?v=A4IF_FXvjgw&t=4s vamos à leitura???? Atenção! Minhas propostas de redação são longas, porque quero formular uma base para a reflexão. Pois nem todos os alunos apresentam repertório cultural pronto para fazer uma redação, digamos, estilo Fuvest. Por isso, peço que leiam tudo o que o seu tempo permitir. Anotem ideias, autores (nada de decorar frases, só se houver tempo. Citem o autor

Carta argumentativa. Tema: vocação

ESCREVA UMA CARTA ARGUMENTATIVA A SEUS PAIS -  TIOS OU AVÓS. NELA VOCÊ DEFENDERÁ A TESE A RESPEITO DA ESCOLHA DA SUA PROFISSÃO. OPÇÕES: A - VOCÊ OPTOU POR UMA CARREIRA QUE OFERECE BOA CONDIÇÃO FINANCEIRA (DE ACORDO COM AS ESTATÍSTICAS DOS INSTITUTOS DE PESQUISA).  COM SUA OPÇÃO, IRÁ DECEPCIONAR SEUS PAIS E, POR ISSO, TERÁ DE ARGUMENTAR, VISANDO À APROVAÇÃO DELES QUE SÃO QUEM PAGA SEU CURSINHO. B - VOCÊ OPTOU POR UMA CARREIRA QUE NÃO OFERECE BOA CONDIÇÃO FINANCEIRA ( DE ACORDO COM ESTATÍSTICAS DOS INSTITUTOS DE PESQUISA). VAI DECEPCIONAR SEUS PARENTES E, PRINCIPALMENTE, SEU AVÔ.  POR ISSO, TERÁ DE ARGUMENTAR, VISANDO À APROVAÇÃO DELE QUE SE PROPÔS A PAGAR SEU CURSINHO. Escreva de acordo com os critérios da Unicamp. Aqui: http://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/saiba-como-sao-as-provas-de-redacao-da-unesp-fuvest-e-unicamp/ OPÇÃO: poderá escrever uma dissertação argumentativa, estilo Unesp, se desejar. A escolha duma profissão: olho no mercado ou na vocaç